Por iniciativa da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental foi criado o Observatório de Saúde Mental.
A plataforma agora criada é dirigida quer à comunidade
científica, quer à comunidade em geral. Divulgará estudos e relatório relativos
a esta área promovendo informação relativa a práticas e actividades de
prevenção e promoção da saúde mental bem como informação sobre serviços e
apoios.
Trata-se de uma iniciativa que merece registo e divulgação.
Múltiplos estudos e relatórios de serviços de apoio têm evidenciado
a deterioração da saúde mental de crianças e jovens, mas também de adultos, no
quadro da pandemia e pós-pandemia. Os confinamentos a que se associaram os
períodos de isolamento, a falta de rede social dos pares, as dificuldades de
diversa ordem sentidas nos contextos familiares terão dado um contributo
significativo. Os dados mais recentes acentuam a importância desta matéria.
Deste quadro resulta a necessidade e urgência de atenção à
saúde mental de crianças, jovens e adultos e de muitos contextos familiares que
experienciam situações de mal-estar.
Está em curso um processo de reforma dos serviços de saúde
mental também apoiado por fundos do Plano de Recuperação e Resiliência de que
espera algum impacto no universo da saúde mental e dos serviços de apoio.
A verdade é que a saúde mental tem sido um parente pobre das
políticas públicas de saúde.
Como afirmava há algum tempo Miguel Xavier, coordenador
nacional das políticas da Saúde Mental, “Os problemas de Saúde Mental
previnem-se antes de aparecerem. Através de bons programas de parentalidade,
bons programas sociais, como os programas de apoio às populações vulneráveis”,
o que envolve a necessidade de políticas integradas, mas também sublinha a
importância dos recursos adequados.
Esperemos que assim seja e que o Observatório de Saúde Mental seja um importante contributo.
Existe muita gente a passar mal, pode ser na casa ao lado.
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