Pode parecer estranho e peço
desculpa aos que sentem a sua vida complicada, mas já tinha saudades de uma manhã
assim, cabaneira como aqui
se fala, chuva não em excesso, algum vento, mais frio que ontem, dia de cor cinzenta carregada que
contrasta com a terra ainda vestida de verde.
A água como não é demasiado grada é bem-vinda,
a horta agradece apesar de ontem e sem a certeza da chuva, tudo tersido regado. Nós também agradecemos, a água é a fonte de onde tudo vem.
Os velhos como eu gostam de dizer
“como no tempo de antigamente de antigamente”, conversa de velho, é claro.
É um tempo que convida a ler
coisas que estavam em lista de espera, a escrever algo não urgente, a ouvir
sons menos habituais, a arrumar o que aguardava oportunidade e, sobretudo, dá disponibilidade.
São também assim, cabaneiros, os
dias do Alentejo.
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