Na passagem de olhos diária pela imprensa e no que respeita ao futuro próximo da educação escolar algumas das referências que encontrei.
“Directores preocupados com
alunos que não têm condições para estudar em casa”, Público.
“Covid-19: Costa não acredita
em aulas presenciais dentro de 15 dias, alternativa é ensino online”,
Público.
“Regresso do ensino à
distância preocupa dirigentes escolares”, Público.
“Paulo Oom: “Abaixo dos 12
anos seria possível manter as escolas abertas””, Público.
“Portáteis têm de chegar até
25 de março - É a data limite de entrega pelos fornecedores dos 335 mil
computadores em falta, a distribuir pelos alunos do ensino básico”,
Expresso.
“A polémica da interrupção das
aulas: pais, público e privado respondem às mesmas 4 perguntas - eis o que os
une e os separa”, Expresso.
“Computadores prometidos pelo
Governo para o ensino público encomendados oito meses depois - Aquisição dos
equipamentos foi assinada em 31 de dezembro de 2020”, CM
“Aulas online. "Os pais
estão mais bem preparados, mas as dificuldades tecnológicas continuam"
(Jorge Ascenção, dirigente da CONFAP), Obervador.
É inquietante o conjunto de
dúvidas que toda a gente sente sobre o futuro próximo, a percepção das dificuldades
causadas pelo óbvio não cumprimento da promessa de dotação de alunos e escolas
com os equipamentos necessários para assegurar que ensino não presencial chegue
a mais alunos embora, a questão da equidade esteja bem para lá ter disponíveis um
portátil e acesso.
As políticas públicas, independentemente
maior ou menor concordância que possam merecer de cada cidadão, devem promover,
tanto quanto possível confiança no universo a que se destinam. Essa confiança,
entre outros aspectos, depende da comunicação clara das medidas e da sua
fundamentação, da transparência nos processos de tomada de decisão ou da percepção
de competência e realismo dos seus responsáveis. Esssa comunicação deve, obrigatoriamente, ter em consideração os diferentes destinatários e acomodar o seu sua natural posicionamento e envolvivento face a decisões, medidas ou impolicações.
A situação no universo da educação
é insustentável, enorme dificuldade na percepção de algumas decisões que
solicitam esclarecimentos posteriores que mais dúvidas levantam, navegação à
vista em matéria de planeamento (sim a situação é difícil, mas importa a
existência de medidas e cenários que possam induzir alguma percepção realista do rumo próximo),
falhas sucessivas no cumprimento de medidas anunciadas, e, finalmente, mas não
menos importante, uma liderança cujas intervenções quase sempre geram dúvidas,
referem-se a uma realidade que não corresponde ao que se passa nas escolas, uma
comunicação que ela própria gera um problema
de confiança.
Como é óbvio, o que escrevi serve
para nada.
No entanto, não deixo de entender
que seria imprescindível que os discursos e narrativas produzidos, quer individualmente,
quer em termos institucionais, identificando problemas, necessidades, comentando
boas ou más decisões, que são essenciais ao escrutínio das políticas públicas
tivessem uma preocupação de serenidade.
A serenidade é um bem precioso, precisamos
de proteger, também, a tranquilidade dos mais novos. No fundo, tudo, de melhor ou pior, vai sobrar para eles através dos pais e dos professores.
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