Dia de eleições. Quando me dirigi ao local de voto e encontrei uma extensa fila não pude deixar de me lembrar o acto eleitoral realizado em 1975 para a Assembleia Constituinte, as primeiras eleições livres. Um dia que com muita luta tardou em chegar e absolutamente inesquecível.
Creio que já aqui referi, passei uma manhã inteira numa
interminável fila para, finalmente, poder votar sem
constrangimentos. Na rua, a gente falava de votar como de algo mágico. Desde
esse tempo muita coisa se passou, umas mais bonitas, outras menos bonitas, os
últimos tempos têm sido particularmente feios, mas é bom não esquecer.
De acordo com a imprensa, a afluência às urnas parece estar
em níveis superiores aos verificados em 2011 e 2016 o que é animador considerando o tempo excepcional que atravessamos. Veremos se se confirma e se assim for ainda bem, é fundamental
que o direito que nos confere um voto decidido livremente não fique no bolso. Ainda assim, a abstenção é também um direito.
Voltando a 1975, naquelas eleições estávamos a escolher e a assumir
um destino que definitivamente deixasse para trás os tempos sinistros em que vivíamos
e de que tanta gente parece esquecer-se ou ignorar. É bom conhecer a história e
as nossas histórias.
Hoje, provavelmente, estaremos também a votar com o
objectivo de mostrar que não valorizamos, não queremos, as figuras sinistras
que ameaçam estes tempos. Conhecemos bem demais o que representam para que
possamos aceitar que venham a poder decidir sobre nós.
Daqui a umas horas veremos.
Entretanto e felizmente, demorei bastante menos tempo do que
a dimensão da fila quando cheguei sugeria.
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