Nas sociedades actuais a informação oportuna e a transparência no âmbito das políticas públicas, bem como na generalidade das dimensões da vida das comunidades, são necessidades básicas. A sua ausência ou falta de qualidade alimenta a desinformação, a informação falsa, a manipulação que permitem e dão força a discursos populistas, demagógicos e com agendas nem sempre óbvias. justamente por falta de informação.
Serve esta introdução para
referir a insistência por parte do ME na não disponibilização de dados
relativos ao volume de casos de Covide19 em cada escola ou agrupamento. Esta
posição da tutela é, do meu ponto de vista, pouco sustentável ou perceptível,
talvez, lá está, por falta de informação minha sobre as razões.
Numa altura em que foi decidido
que as escolas se manteriam a funcionar parece-me absolutamente imprescindível
que as comunidades, sobretudo as famílias, tivessem informação actualizada
sobre o contexto escolar dos seus filhos.
Com a informação disponível seria
mais provável assegurar a indispensável confiança e tomar decisões de forma
mais racional.
As dúvidas e o desconhecimento
geram desconfiança, alimentam o medo e os discursos reactivos de natureza mais
emocional e promotores de mal-estar.
Os discursos recorrentes de “as
escolas responderam muito bem”, “os riscos estão controlados”, “as regras da
DGS são cumpridas”, “as escolas são espaços de baixa disseminação”, etc.,
produzidos por diferentes responsáveis do ME, da área da saúde, de responsáveis
escolares e de associações colidem com muitos discursos, por exemplo, nas redes
sociais, referindo a existência de múltiplos casos em múltiplos
estabelecimentos escolares.
Com é óbvio, sem informação sustentada,
este ruído é tudo menos útil e só serve, como sempre, a demagogia, o populismo.
Por outro lado, a persistência na
falta informação que, aliás, já justificou uma decisão judicial no sentido do
ME a disponibilizar, leva-me a pensar na razão ou razões desta atitude.
E fico inquieto. Não gosto do que
penso e sinto-me desconfortável.
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