Era uma vez um homem chamado Comigo Não. Era uma pessoa com um funcionamento muito curioso. Nada do que pudesse constituir um problema ou um embaraço para alguém o Comigo Não aceitava que pudesse incomodá-lo a ele. Ouvia as outras pessoas queixar-se de alguma dificuldade e logo afirmava Comigo Não, eu resolvo bem esse problema. Este discurso de quem não sentia problemas ou dificuldade porque nada o afectava e tudo resolvia, levou a que, pouco a pouco, as pessoas se fossem afastando do Comigo Não. De início estranhou o afastamento mas depois habituou-se a pensar que, obviamente, alguém como ele sem problemas e com capacidade para resolver qualquer dificuldade seria sempre uma pessoa superior com a qual as pessoas mais simples não teriam uma relação fácil. Assumiu, assim, que ficar só era o preço a pagar pela sua superioridade. O problema é que a solidão é algo tão pesado que nem uma pessoa superior consegue suportar facilmente e o Comigo Não procurou aproximar-se, de novo, das pessoas que se tinham afastado e agora já com um discurso mais humilde como se o seu nome tivesse passado para Eu Preciso.
Ficou desolado e triste quando percebeu que as pessoas de quem se tentava aproximar lhe diziam como sempre, Comigo Não.
Ficou desolado e triste quando percebeu que as pessoas de quem se tentava aproximar lhe diziam como sempre, Comigo Não.
Sem comentários:
Enviar um comentário