Hoje, durante a tarde no meu Alentejo, estivemos a plantar uma dúzia de sobreiros, ainda pequenos. Enquanto o fazia, colocavam-se-me algumas questões. O sobreiro é uma árvore lenta, dá a primeira cortiça aos 25 anos e tem uma expectativa de vida entre os 170 e os 200, podendo chegar aos trezentos anos.
É uma dimensão de tempo que não tem nada a ver com os tempos de hoje. Os tempos actuais são os tempos da urgência, os tempos da pressa, os tempos do para já ou, até, para ontem. São os tempos dos resultados, resultados imediatos. São tempos sem espera, só espera quem não pode comprar o tempo. Os tempos de hoje fazem do tempo um bem que ninguém tem, antes tínhamos tempo, agora temos pressa. Os tempos de hoje não são os dias, são os segundos. Por tudo isto, eu, que já deixei os cinquenta para trás há algum tempo, dei por mim a rir-me desta tarefa, plantar sobreiros.
Amanhã, vou sentar-me perto deles a vê-los crescer, pelo menos, pelo menos, até à primeira cortiça.
É uma dimensão de tempo que não tem nada a ver com os tempos de hoje. Os tempos actuais são os tempos da urgência, os tempos da pressa, os tempos do para já ou, até, para ontem. São os tempos dos resultados, resultados imediatos. São tempos sem espera, só espera quem não pode comprar o tempo. Os tempos de hoje fazem do tempo um bem que ninguém tem, antes tínhamos tempo, agora temos pressa. Os tempos de hoje não são os dias, são os segundos. Por tudo isto, eu, que já deixei os cinquenta para trás há algum tempo, dei por mim a rir-me desta tarefa, plantar sobreiros.
Amanhã, vou sentar-me perto deles a vê-los crescer, pelo menos, pelo menos, até à primeira cortiça.
2 comentários:
concordo.
Belíssimo texto, encontrado enquanto buscava informação sobre os sobreiros que decidimos plantar na nossa quinta no Alentejo
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