terça-feira, 27 de janeiro de 2015

UM MOMENTO CRATO

Não estava a pensar insistir nas referências à sinistra Prova de Avaliação de Conhecimento e Capacidades para acesso à carreira de professor mas não resisto depois de ouvir Nuno Crato no Parlamento.
Confesso que fiquei embaraçado com a prestação. o Senhor passou nitidamente por momento mau, patético, que deixou em baixo. Talvez cansaço, uma reacção à onda de frio, uma tentativa de fazer humor, não sei. Mas que não correu bem, não correu.
Lembrou-se Nuno Crato de comparar a PACC com o exame de condução. Disse o Senhor Ministro na RTP que um exame de condução também não avalia tudo pelo que a PACC também não pode avaliar tudo. Genial.
Existe um pormenor irrelevante, nos exames de condução, certamente porque estão fora da alçada do MEC, os candidatos a condutores têm que obrigatoriamente, adivinhem ... isso, conduzir. E realizam também o exame teórico sobre o famoso "Código".
Mas na visão iluminada de Nuno Crato e do IAVE é adequado avaliar as capacidades e conhecimentos para se ser professor sem observar o seu trabalho em sala de aula. Serve uma prova de que avalie, dizem "competências lógicas". Está, logicamente, certo.
A comparação de Nuno Crato entristeceu-me mais do que me sentir discordar ou indignado. Acho um insulto à inteligência comum fazer esta comparação, nós não somos parvos Senhor Ministro. Não vale a pena produzir mais comentários, é a náusea.
Do mesmo nível lembro-me de há uns anos, também na televisão, o ex-Primeiro-ministro José Sócrates ter defendido a existência de quotas na avaliação dos professores afirmando que um exército não pode ter só generais, uma comparação delirante entre carreiras que nada têm de comum. Um professor tem a função de professor desde o primeiro ano de trabalho até ao último, um soldado, ou outras patentes, não têm a mesma função que um general.
Foi um momento Crato. Há dias que correm mesmo mal.


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