quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

NÃO VÁS AO MAR

Com excessiva regularidade, tal como o Verão é marcado pelos incêndios, o Inverno é marcado pelos acidentes no mar. Em resultado de mais um grave episódio ainda se está a lidar com ténue esperança de que cinco pescadores desaparecidos possam ser resgatados com vida, mas imagino que a esperança seja pouca dado o tempo já passado.
Também sem surpresa, a martirizada comunidade piscatória das Caxinas volta ser atingida.
A sucessão de episódios com esta gravidade que ceifa vidas deveria merecer uma atenção muito séria.
Não conheço este universo mas parece-me muito importante que se pudesse de forma séria tentar perceber a razão de tantos acidentes graves com os pescadores. De uma forma geral, merecem uns directos nos jornais televisivos, repetições exaustivas e, por vezes, despudoradas, da dor familiar e rapidamente passam ao esquecimento até ao próximo acontecimento.
Tratar-se-á de negligência, de falta de condições de segurança ou de antiguidade das embarcações ou dos portos como frequentemente se ouve referir, insuficiência dos dispositivos de auxílio, de negligência dos próprios pescadores face aos procedimentos e equipamentos de segurança ou de tudo isto e de mais alguma coisa que nos possa escapar?
Oiço também falar dos equipamentos de segurança, ou da falta deles e da exigência dos pescadores de apoios para a sua aquisição, das tremendas dificuldades das famílias que levam ao risco em nome da sobrevivência.
Acredito que a situação possa ser complexa mas creio que seria importante procurar esclarecer e, se possível, evitar novos episódios trágicos.

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