segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

OS RESULTADOS DA SINISTRA PACC, UMA DUPLA HUMILHAÇÃO

"Mais de um terço dos professores chumbaram na PACC"

Foram conhecidos os resultados da Sinistra Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades para acesso à carreira de docente realizada em Dezembro. Recordemos que esta prova foi realizada por docentes com menos de 5 anos de serviço, muitos com prática docente avaliada.
Os resultados divulgados pelo IAVE são curiosos, por assim dizer. Dos 2490 docentes que sofreram a humilhação de realizar uma insustentável Prova que só a teimosia, a arrogância e incompetência de Nuno Crato impuseram, 34,3% obtiveram uma classificação inferior a 50%.
Na "composição", a pontuação média foi de 10.2 (escala de 0-20) e 22.4% não chegou sequer aos 5 pontos, 65,3% dos candidatos cometeu erros. Tal como na primeira edição da sinistra Prova registaram-se percentagens elevadas de erros ortográficos, 19.9% com cinco ou mais erros, para além de resultados do mesmo nível em pontuação e melhor em sintaxe.
Os "chumbados" não poderão candidatar-se a dar aulas no próximo ano, justamente o que o MEC pretendia. Contrariamente aos exames de 4º e 6º ano nesta prova não será dada uma segunda oportunidade para que, depois de um período de explicações e estudo, os professores ignorantes e preguiçosos e que nem português conseguem escrever sem erros possam melhorar os resultados.
O Ministro Nuno Crato virá dizer, tal como o IAVE, claro, que estes resultados mostram como é importante a prova que avalia capacidades lógicas e o conhecimento do português, dimensões fundamentais para ser professor. Um modelo de demagogia e oportunismo na defesa do indefensável.
Se esta sinistra PACC, um conjunto de charadas e perguntas de interpretação com resposta múltipla e uma "composição" (250 a 350 palavras) tivesse alguma coisa a ver com a função de professor, teríamos sérias razões para ficarmos preocupados com estes resultados e com a preparação dos pessoas que se candidatam a professor alguns já com anos de experiência. As escolas superiores e as universidades deveriam sentir-se muito incomodadas com o resultado do seu trabalho.
Acontece que, como qualquer pessoa minimamente conhecedora destas matérias entende, os conhecimento e as capacidades para se ser professor não são de todo avaliáveis por um dispositivo deste tipo. A única forma séria de avaliar as Capacidades e Conhecimentos para o exercício da função docente é o desempenho em sala de aula. Ponto.
Crato também sabe disso, evidentemente, mas a manha e a agenda determinam este caminho.
Nuno Crato aproveitou a sua existência legal, está prevista desde 2007, para num exercício, mais um de, de desbaste nos professores e candidatos a professores eliminar uns quantos.
Se a realização da sinistra Prova tem constituído uma página negra da educação em Portugal, os seus resultados são mais uma cena deste filme de mau gosto e representam uma dupla humilhação.
Crato não será absolvido pela história, este episódio é mau demais.

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