Apesar de em alguns territórios educativos se ter “semestralizado” o ano lectivo, creio que a maioria ainda está agora a terminar o primeiro período e a realizar avaliações.
Dessa avaliação começará a perceber-se o provável resultado
do trabalho desenvolvido por alunos, professores e pais que se traduz, de forma
telegráfica, mas muito significativa, no número ou designação que aparecer nos
registos a conhecer por alunos e pais.
Neste contexto, não é rara a constatação de que alguns
alunos começam, como por vezes se diz, a "perder o comboio" ou,
noutra versão, a "não acompanhar".
Esta situação não será de estranhar, os miúdos são
diferentes, os professores são diferentes, as escolas são diferentes, as
famílias são diferentes, etc. A grande questão é o que fazer com os que estão a
"perder o comboio" e é por aqui que surgem as grandes dificuldades.
O que em muitas circunstâncias existe, quer de empenho e
expectativas, quer de recursos, humanos e de outra natureza, quer de
organização será insuficiente e ineficaz. Os resultados podem não vir a
traduzir-se em insucesso escolar, mas, certamente, em não aquisição de
conhecimentos e competências imprescindíveis para um percurso de aprendizagem
sólido e real.
As dificuldades não são, evidentemente, explicadas unicamente
pela falta de qualidade ou dotes individuais dos alunos, traduzem
fundamentalmente, a falta de eficácia do trabalho produzido por todos,
independentemente, do esforço ou empenho que muitos dos envolvidos, alunos,
professores e pais possam colocar no que fazem.
Parece assim necessário que as escolas tenham meios,
dispositivos e modelos de organização que de facto ajudem os que agora começam
a "perder o comboio". A retórica do “está tudo bem”, os alunos passam,
transitam, não chega.
Se assim não for, para muitos deles o comboio já não vai
passar outra vez, perdem-no irremediavelmente.
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