Ontem realizou-se em Lisboa uma manifestação de professores. Ao que se lê, a iniciativa teve uma forte adesão, o número de participantes, como sempre, terá alguma divergência, mas é inegável o seu significado.
Como é óbvio não sei que
consequências terá em matérias como estatuto salarial, modelo e gestão da
carreira docente, contratação e formação, modelo de avaliação, etc., mas as políticas
públicas que nestas matérias têm vindo a ser anunciadas não são animadoras.
No entanto, existem algumas
coisas que eu sei. Alguns exemplos.
Sei que esta manifestação, o número
de pessoas envolvidas e os discursos que se ouviram ou leram, ocorreu sem o
envolvimento das maiores estruturas sindicais ligadas aos professores, a FNE e
a Fenprof o que me parece relevante.
Sei que alguns dos problemas dos
professores são também problemas nossos. Sempre assim acontece quando está em
causa a qualidade da educação e da escola, pública ou privada, e o trabalho de
alunos, professores e pais.
Sei que os sistemas educativos
com melhor qualidade, independentemente dos critérios de qualidade são, em
regra, os que mais valorizam os professores, em termos sociais, em termos
profissionais e também no estatuto salarial.
Sei também que muitos discursos
produzidos pela tutela nos últimos anos, muitos discursos de representantes dos
professores e de alguns professores, muitos discursos de opinadores ignorantes
e/ou com agenda, são fortes contributos para o clima que se vive nas escolas.
Sei também que o futuro passa
pela educação e pela escola donde …
Sei que a defesa da qualidade da
educação e da escola, pública e também privada, passam incontornavelmente pela
defesa e valorização das condições de trabalho, em diferentes dimensões, que
possibilitem que o trabalho de escolas, professores, directores, técnicos, funcionários,
alunos e pais tenha o melhor resultado possível.
Mas não sei o que vai acontecer.
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