domingo, 18 de dezembro de 2022

DA MANIFESTAÇÃO DE PROFESSORES. ALGUMAS COISAS QUE NÃO SEI E OUTRAS QUE SEI

 Ontem realizou-se em Lisboa uma manifestação de professores. Ao que se lê, a iniciativa teve uma forte adesão, o número de participantes, como sempre, terá alguma divergência, mas é inegável o seu significado.

Como é óbvio não sei que consequências terá em matérias como estatuto salarial, modelo e gestão da carreira docente, contratação e formação, modelo de avaliação, etc., mas as políticas públicas que nestas matérias têm vindo a ser anunciadas não são animadoras.

No entanto, existem algumas coisas que eu sei. Alguns exemplos.

Sei que esta manifestação, o número de pessoas envolvidas e os discursos que se ouviram ou leram, ocorreu sem o envolvimento das maiores estruturas sindicais ligadas aos professores, a FNE e a Fenprof o que me parece relevante.

Sei que alguns dos problemas dos professores são também problemas nossos. Sempre assim acontece quando está em causa a qualidade da educação e da escola, pública ou privada, e o trabalho de alunos, professores e pais.

Sei que os sistemas educativos com melhor qualidade, independentemente dos critérios de qualidade são, em regra, os que mais valorizam os professores, em termos sociais, em termos profissionais e também no estatuto salarial.

Sei também que muitos discursos produzidos pela tutela nos últimos anos, muitos discursos de representantes dos professores e de alguns professores, muitos discursos de opinadores ignorantes e/ou com agenda, são fortes contributos para o clima que se vive nas escolas.

Sei também que o futuro passa pela educação e pela escola donde …

Sei que a defesa da qualidade da educação e da escola, pública e também privada, passam incontornavelmente pela defesa e valorização das condições de trabalho, em diferentes dimensões, que possibilitem que o trabalho de escolas, professores, directores, técnicos, funcionários, alunos e pais tenha o melhor resultado possível.

Mas não sei o que vai acontecer.

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