domingo, 29 de agosto de 2021

TEMPO DOS PÉS DE BURRO

 A vida por aqui no monte envolve um conjunto de rotinas ao longo ao ano. No final de Agosto e início de Setembro é altura da limpeza dos “pés de burros” das oliveiras, os rebentos que surgem na base do troco e à Sua volta. Com enxada ou sacho forte e tesoura de podar o trabalho faz-se.

As oliveiras que considero as árvores mais bonitas do nosso património ficam ainda mais bonitas quando limpas e tem a vantagem de ser mais fácil estender os panos para colher a azeitona lá mais para a frente.

Começámos este fim-de-semana a tarefa e tivemos sorte, apesar da ausência do Mestre Zé Marrafa a recuperar de um incómodo de saúde, a equipa de trabalho estava reforçada.

O Valter e eu, a espaços que as costas já não são o que eram, no corte dos “pés de burro”, o Simão a carregá-los com a minha ajuda para a caixa do tractor e o Tomás dentro da caixa a aproveitar o peso dos seus cinco anos para que caibam mais. Depois juntamos todo o material cortado, é triturado e no final do Inverno temos um excelente composto para melhorar a terra

Como dizia o Simão, temos uma bela equipa. É verdade Simão, é excelente.

Espero que o envolvimento do Simão e do Tomás nesta lida não seja visto como um caso de aproveitamento de mão-de-obra infantil.

Na verdade, até acho que os trabalhos realizados com a ajuda dos netos aqui no Monte, regar, colher fruta e produtos da horta ou abrir covas para plantar couves ou semear pepinos e curgetes por exemplo, são aprendizagens essenciais, para recorrer a um termo em agenda. Acresce que gostam e divertem-se o que também é importante.

Para esta tarde, apesar de um tempo mais fresco que anuncia Setembro ficam mais uns mergulhos no tanque de rega.

E são, também assim, os dias do Alentejo. Sorte de quem os vive.

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