A vida por aqui no monte envolve um conjunto de rotinas ao longo ao ano. No final de Agosto e início de Setembro é altura da limpeza dos “pés de burros” das oliveiras, os rebentos que surgem na base do troco e à Sua volta. Com enxada ou sacho forte e tesoura de podar o trabalho faz-se.
As oliveiras que considero as árvores mais bonitas do nosso património ficam ainda mais bonitas quando limpas e tem a vantagem de ser mais fácil estender os panos para colher a azeitona lá mais para a frente.
Começámos este fim-de-semana a
tarefa e tivemos sorte, apesar da ausência do Mestre Zé Marrafa a recuperar de
um incómodo de saúde, a equipa de trabalho estava reforçada.
O Valter e eu, a espaços que as
costas já não são o que eram, no corte dos “pés de burro”, o Simão a carregá-los
com a minha ajuda para a caixa do tractor e o Tomás dentro da caixa a
aproveitar o peso dos seus cinco anos para que caibam mais. Depois juntamos
todo o material cortado, é triturado e no final do Inverno temos um excelente
composto para melhorar a terra
Como dizia o Simão, temos uma
bela equipa. É verdade Simão, é excelente.
Espero que o envolvimento do
Simão e do Tomás nesta lida não seja visto como um caso de aproveitamento de mão-de-obra
infantil.
Na verdade, até acho que os trabalhos realizados com a ajuda dos netos aqui no Monte, regar, colher fruta e
produtos da horta ou abrir covas para plantar couves ou semear pepinos e
curgetes por exemplo, são aprendizagens essenciais, para recorrer a um termo em
agenda. Acresce que gostam e divertem-se o que também é importante.
Para esta tarde, apesar de um
tempo mais fresco que anuncia Setembro ficam mais uns mergulhos no tanque de
rega.
E são, também assim, os dias do
Alentejo. Sorte de quem os vive.
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