Nos últimos dias alguma imprensa fez referência a um trabalho realizado pela Universidade de Calgary, no Canadá em que foram analisados 29 estudos de diferentes países envolvendo 80879 crianças e jovens. Como dado mais relevante constata-se que um em cada quatro crianças ou jovens tem sintomas de depressão elevados e um em cada cinco apresenta sintomas de ansiedade altos devido à pandemia da covid-19.
Complementando recordo que em Março
deste ano foi divulgado que em alguns hospitais se registou um aumento do
número de crianças e jovens que chegaram ao serviço de urgência com problemas
de ansiedade ou humor. No Hospital D. Estefânia, por exemplo, o número de
crianças e jovens que tiveram contacto com a pedopsiquiatra através de serviço
de urgência aumentou quase 50% no início de 2021 face ao mesmo período do ano
passado.
Têm sido múltiplos os estudos que
referem esta questão, a deterioração da saúde mental de crianças e jovens, mas
também de adultos, no quadro da pandemia. O confinamento que se associou a
isolamento e falta de rede social, as dificuldades de diversa ordem sentidas nos contextos familiares terão dado um contributo significativo.
Deste quadro resulta a necessidade de atenção à saúde mental, normalmente um parente pobre das políticas públicas de saúde.
O impacto da pandemia nas aprendizagens tem sido muito referido e está a ser objecto de um plano específico, Plano 21/23 Escola +. Seria importante que a esta recuperação no plano das aprendizagens estivesse associada a uma forte preocupação com a saúde mental de crianças e jovens mobilizando os recursos necessários.
Crianças e jovens que passam mal,
não aprendem, vivem pior e correm riscos sérios de comprometer o futuro pelo que
os apoios e resposta não podem, não devem, falhar.
Como o povo diz, é de pequenino
que se torce o … destino.
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