segunda-feira, 2 de agosto de 2021

PROXIMIDADE E DISTÂNCIA

 No Público encontra-se uma referência ao relatório da OCDE, “The state of higher education - One year in to the COVID-19 pandemic”. Uma nota sobre um dos aspectos abordados.

Levando em consideração as avaliações das experiências recentes e uma sondagem da responsabilidade da European Students’ Union em que a maioria dos estudantes inquiridos manifestou preferir o ensino presencial, a OCDE recomenda que, apesar do necessário incremento da utilização dos recursos digitais, este não deve substituir a relação entre alunos e entre alunos e professores. São ferramentas de enorme potencial permitindo diferentes opções, mas de forma complementar ao trabalho presencial.

Como é óbvio e a nossa experiência recente bem evidenciou é crítica a existência de recursos adequados e acessíveis a todos os intervenientes.

Parece-me pertinente esta recomendação e talvez contribua para esfriar o entendimento que a certa altura me pareceu começar a existir de que estávamos perante um novo paradigma, mais um, o digital, já lhes perco a conta, e que chegaríamos ao futuro através do ensino não presencial. Estamos a falar do ensino superior, mas se considerarmos o básico e secundário ainda me parece mais importante a recomendação.

No entanto, o ensino à distância pode mesmo constituir-se como alternativa em contextos e modelos específicos e para ofertas formativas também específicas.

O ensino à distância, quando de facto é ensino à distância e não aulas através de um suporte digital, disponibiliza um conjunto enorme e importante de ferramentas, mas, num quadro global dos sistemas de ensino, do básico ao superior, não substitui o ensino presencial.

Como já aqui escrevi, mesmo já para além da carreira docente formal, terminou o ano passado, cada aula que ainda lecciono só ganha mesmo sentido quando tenho os alunos à beira, próximos, inteiros.

Como sabem, estar à vista não é estar próximo. Aliás, esta questão da proximidade e da distância começa cedo, tantos miúdos que estando à vista dos pais, não estão tão próximos quanto precisariam, uns e outros.

Sem comentários: