Neste domingo confinado, concelho risco muito elevado assim
o obriga, uma nota sobre algo que certamente não é relevante, mas que me deixou
a passear na memória.
No JN está uma peça
sobre uma figura, os guardas-nocturnos, que estará praticamente arredada das
ruas das nossas cidades.
Nos tempos actuais e considerando as questões de segurança
não sei avaliar sobre a justificação da sua existência, mas acredito que pela
proximidade pode ter um efeito positivo e óbvio na segurança e, muito
importante, no sentimento de segurança sentido pelo cidadão. Por outro lado, também pode acontecer que seja de considerar a própria segurança dos guardas-nocturnos. Os tempos vão ásperos.
É nesta perspectiva que me lembrei de nos meus tempos de adolescente
e jovem, mais de cinquenta anos lá para trás no tempo, e, por assim dizer, com
uma vida nocturna alargada, quase todas as noites eu e a minha tribo nos
cruzarmos com o guarda-nocturno da zona.
Mantínhamos uma cavaqueira que nos punha mais próximos e aliviava o tempo e que nos dava a sensação de que na rua andava alguém que conhecia as pessoas que lá moravam e que zelava por nós. Algumas pessoas contribuíam com algo mais para o guarda-nocturno e essas tinham "vigilância privilegiada". O bairro sentia-se mais tranquilo, o Sr. Silva andava por lá, uma espécie de anjo da guarda fardado.
Como disse, mais do que saber o impacto objectivo da
presença do guarda-nocturno no abaixamento da delinquência ou vandalismo, tenho
a certeza que as pessoas vão sentir-se mais seguras se souberem que o Sr.
Silva, enquanto dormimos, anda a olhar pela nossa rua, pelo nosso mundo.
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