O Professor Carlos Neto tem na
edição em papel da Visão uma entrevista que merece leitura. A propósito do seu
recente livro, “Libertem as crianças”.
Carlos Neto retoma a sua ideia de sempre, a importância do brincar no
desenvolvimento saudável das crianças e do pouco tempo que muitas
crianças têm para brincar, sobretudo ao ar livre.
Também neste espaço e na
intervenção profissional com professores, técnicos ou pais tenho defendido a
mesma ideia, a importância do brincar e do brincar ao ar livre.
Talvez por isso foi-me solicitada
uma pequena colaboração numa peça que acompanha a entrevista.
Desta vez contei com a ajuda do
meu neto Grande, o Simão. Com 7 anos é especialista em brincar. Eu, mais uma vez, insisti que brincar é a actividade
mais séria que as crianças realizam, na qual põem tudo quanto são e preparam o tudo
que virão a ser. Também disse que é urgente, mesmo nos tempos duro que vivemos,
ou talvez por isso mesmo, que aumentarmos a brincadeira ao ar livre. É
importante ter menos tempo as crianças em casa, muitas vezes com um ecrã por companhia
a que acresce o tempo sem fim que passam na escola.
O jornalista lembrou-me que
também está inibido o acesso e a utilização dos equipamentos dos parques
infantis (quando existem equipamentos e parques) e que existem escolas em que
quase não existe tempo de recreio.
Aqui o Simão “pediu-me” para dizer
que na escola dele se brinca no recreio e para dizer que se pode brincar na rua
sem ser com os equipamentos do parque infantil. Disse-me que adora subir às
árvores no Parque da Paz, subir às árvores aqui no Monte e nesta altura do ano trepar
pelo caquizeiro grande e apanhar caquis para a sobremesa. Empoleirado
nas árvores, acho que ele se sente “dono do mundo” e “dono” dele seguramente. A
autonomia e a confiança são justamente alguns dos muitos dividendos do brincar.
Podes ficar descansado Simão, eu
disse isso ao jornalista.
Deixem as crianças brincar. A
sério.
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