domingo, 29 de novembro de 2020

BRINCADEIRAS E RISCOS

 No Expresso está um trabalho sobre um tema que muitas vezes aqui abordo, a importância do brincar na vida das crianças. O texto trata fundamentalmente a importância que no contexto das actividades o eventual risco presente pode assumir no desenvolvimento e comportamento dos mais novos.

O texto tem, aliás, um título, sugestivo “Tablet vs canivete” e poderá despertar alguma discussão ou mesmo discordância, mas importa, sobretudo, que se reflicta no essencial.

Antes de retomar umas notas quero sublinhar a intervenção continuada do Professor Carlos Neto, que também é citado na peça, no sentido da defesa e promoção das actividades de ar livre e das brincadeiras das crianças.

De facto e como muitas vezes também tenho escrito e afirmado em múltiplos encontros com pais e técnicos, do meu ponto de vista, o eixo central da acção educativa, escolar ou familiar, é a autonomia, a capacidade e a competência para “tomar conta de si” como fala Almada Negreiros. A brincadeira, a rua, a abertura, o espaço, o risco (controlado obviamente), os desafios, os limites, as experiências, são ferramentas fortíssimas de desenvolvimento e promoção dessa autonomia.

Como também me parece claro há que controlar o eventual perigo que é diferente do risco, as crianças também “aprendem” a conhecer e a lidar com o risco.

Talvez, devagarinho e com os perigos e riscos controlados, valesse a pena trazer os miúdos para a rua, mesmo que por pouco tempo e não todos os dias.

É, pois, importante, volto a insistir, que todos os que lidam com crianças, em particular, os que têm “peso” em matéria de orientação, pediatras, professores, psicólogos, etc. assumam como “guide line” para a sua intervenção a promoção do brincar.

Os mais novos vão gostar e faz-lhes bem.

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