No Expresso está um trabalho sobre um tema que muitas vezes aqui abordo, a importância do brincar na vida das crianças. O texto trata fundamentalmente a importância que no contexto das actividades o eventual risco presente pode assumir no desenvolvimento e comportamento dos mais novos.
O texto tem, aliás, um título,
sugestivo “Tablet vs canivete” e poderá despertar alguma discussão ou mesmo discordância, mas importa, sobretudo, que se reflicta no essencial.
Antes de retomar umas notas quero
sublinhar a intervenção continuada do Professor Carlos Neto, que também é
citado na peça, no sentido da defesa e promoção das actividades de ar livre e
das brincadeiras das crianças.
De facto e como muitas vezes
também tenho escrito e afirmado em múltiplos encontros com pais e técnicos, do
meu ponto de vista, o eixo central da acção educativa, escolar ou familiar, é a
autonomia, a capacidade e a competência para “tomar conta de si” como fala
Almada Negreiros. A brincadeira, a rua, a abertura, o espaço, o risco (controlado
obviamente), os desafios, os limites, as experiências, são ferramentas
fortíssimas de desenvolvimento e promoção dessa autonomia.
Como também me parece claro há
que controlar o eventual perigo que é diferente do risco, as crianças também
“aprendem” a conhecer e a lidar com o risco.
Talvez, devagarinho e com os
perigos e riscos controlados, valesse a pena trazer os miúdos para a rua, mesmo
que por pouco tempo e não todos os dias.
É, pois, importante, volto a
insistir, que todos os que lidam com crianças, em particular, os que têm “peso”
em matéria de orientação, pediatras, professores, psicólogos, etc. assumam como
“guide line” para a sua intervenção a promoção do brincar.
Os mais novos vão gostar e
faz-lhes bem.
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