De acordo com o que se lê no JN, de uma forma geral está a verificar-se um aumento da procura dos centros de estudos e de explicações mais cedo que o habitual.
Este aumento tende a acontecer mais no segundo e terceiro períodos,
mas, provavelmente, devido à forma como acabou o ano lectivo passado e o
impacto no trajecto escolar de muitos alunos a que acrescem as actuais
preocupações, a procura por ajuda fora da escola está já ser significativa.
Como também é claro, o mercado é assim mesmo, a oferta é
variada e, certamente, o custo também. Andar na proximidade de muitas escolas
ajuda a perceber essa abundância da oferta” recorrendo a múltiplas designações,
“Centros de Estudo”, “Sala de Estudos”, “Academias”, “Ginásios”, etc., que
provavelmente terão mais efeito “catch” no sentido de atingir o “target”.
O mercado está sempre atento.
Apesar de nada ter contra a iniciativa privada, desde que
com enquadramento legal e regulada, várias vezes tenho insistido no sentido de
se entender como desejável que os apoios e ajudas de que os alunos necessitam
fossem encontrados dentro das escolas e agrupamentos, ou seja, os centros de
estudo, deveriam estar nas escolas. O impacto no sucesso dos alunos
minimizaria, certamente, eventuais custos em recursos que, aliás, em alguns
casos já existem dentro do sistema.
Esta minha posição radica no entendimento de que a procura
“externa” de apoios, legítima por parte das famílias, tem também como efeito o
alimentar da desigualdade de oportunidades e da falta de equidade como
sucessivos relatórios nacionais e internacionais referem e de que aqui já
falei.
A ajuda externa ao estudo como ferramenta promotora do sucesso não está ao alcance de todas as famílias pelo que é fundamental que as escolas possam dispor dos dispositivos de apoio suficientes e qualificados para que se possa garantir, tanto quanto possível, a equidade de oportunidades e a protecção dos direitos dos miúdos, de todos os miúdos.
De uma vez por todas, é necessário contenção contenção e combate ao desperdício, mas em educação não há despesa, há investimentos.
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