terça-feira, 3 de novembro de 2020

EXPLICAÇÕES

De acordo com o que se lê no JN, de uma forma geral está a verificar-se um aumento da procura dos centros de estudos e de explicações mais cedo que o habitual.

Este aumento tende a acontecer mais no segundo e terceiro períodos, mas, provavelmente, devido à forma como acabou o ano lectivo passado e o impacto no trajecto escolar de muitos alunos a que acrescem as actuais preocupações, a procura por ajuda fora da escola está já ser significativa.

Como também é claro, o mercado é assim mesmo, a oferta é variada e, certamente, o custo também. Andar na proximidade de muitas escolas ajuda a perceber essa abundância da oferta” recorrendo a múltiplas designações, “Centros de Estudo”, “Sala de Estudos”, “Academias”, “Ginásios”, etc., que provavelmente terão mais efeito “catch” no sentido de atingir o “target”.

O mercado está sempre atento.

Apesar de nada ter contra a iniciativa privada, desde que com enquadramento legal e regulada, várias vezes tenho insistido no sentido de se entender como desejável que os apoios e ajudas de que os alunos necessitam fossem encontrados dentro das escolas e agrupamentos, ou seja, os centros de estudo, deveriam estar nas escolas. O impacto no sucesso dos alunos minimizaria, certamente, eventuais custos em recursos que, aliás, em alguns casos já existem dentro do sistema.

Esta minha posição radica no entendimento de que a procura “externa” de apoios, legítima por parte das famílias, tem também como efeito o alimentar da desigualdade de oportunidades e da falta de equidade como sucessivos relatórios nacionais e internacionais referem e de que aqui já falei.

A ajuda externa ao estudo como ferramenta promotora do sucesso não está ao alcance de todas as famílias pelo que é fundamental que as escolas possam dispor dos dispositivos de apoio suficientes e qualificados para que se possa garantir, tanto quanto possível, a equidade de oportunidades e a protecção dos direitos dos miúdos, de todos os miúdos.

De uma vez por todas, é necessário contenção contenção e combate ao desperdício, mas em educação não há despesa, há investimentos.


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