Aquela velha máxima de que uma imagem vale mais do que mil palavras está bem patente na fotografia de capa do JN. O ministro das finanças do Luxemburgo, de pé por detrás do ministro Teixeira dos Santos, tem a mão poisada sobre a cabeça do ministro português e olha-o com um ar sério. A legenda, ausente, seria qualquer coisa do género, "Teixeirinha, vê lá se te portas como deve ser, senão o tio zanga-se".
Na verdade, o país tem feito um sério esforço no sentido de cumprir as imposições de Bruxelas, ou seja, dos países mais ricos. As opções, aumento de impostos, mais do que controlo da despesas criam e acentuam injustiças de que é exemplo o aumento do IVA, um imposto cego e injusto, que além de abranger bens essenciais do cabaz mais básico da alimentação, atinge os mais pobres e os mais ricos. Mas Bruxelas, com o apoio do FMI, determina e nós portamo-nos bem merecendo uma festa na cabeça destinada aos miúdos bem comportados.
Uma pequena nota que achei interessante neste quadro de crise que motivou, aliás, a promulgação do casamento gay pelo Presidente da República. O seleccionador nacional Carlos Queiroz ganha 1,35 milhões de euros ano, fora eventuais prémios. Tal salário justificado pela realização de meia dúzia de jogos por ano é mais um exemplo de uma sociedade coesa do ponto de vista social, que também se espelha numa notícia de um jornal de ontem que referia a existência de lista de espera para alguns modelos automóveis de luxo.
A crise quando nasce não é para todos.
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