Eu sei, sou estúpido, é a economia, mas já não há saco. Neste tempo em que a crise económica e as suas consequências mais graves, sobretudo o desemprego, se abatem sobre as classes menos favorecidas economicamente, aparecem de todo o lado as vozes a clamar pelos sacrifícios que é preciso fazer para salvar o país através desse tal PEC. A crise resultou, parece, de modelos errados e desregulados de desenvolvimento, do endeusamento do mercado, da ganância especulativa dos mercados financeiros com a complacência negligente, cúmplice ou incompetente das diversas entidades de supervisão, nacionais ou internacionais.
Neste contexto, acho de um atrevimento despudorado as movimentações de economistas, ex-ministros das finanças e outros iluminados que tendo sido parte do problema durante décadas vêm agora para a praça pública diariamente exigir sacrifícios e medidas draconianas que, obviamente, não os atingirão. Se bem se lembram o dinheiro dos contribuintes, em muitos países e também entre nós, tem sido usado para salvar a banca que continua a registar lucros não devidamente taxados.
Agora, até o sonolento Dr. Constâncio, que não percebeu ou não quis perceber, o que acontecia em Portugal e que está a caminho do Banco Europeu, certamente de cinto apertado, vem, claro, exigir sacrifícios, contenção, cortes sendo que estes atingirão os suspeitos do costume.
Como diz o povo, o que paga a crise, fazem o mal e a caramunha.
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