quarta-feira, 24 de agosto de 2022

DA SÉRIE APRENDIZAGENS ESSENCIAIS, OS PÉS-DE-BURRO

 Como se costuma dizer por aqui, num monte e a qualquer altura só não há trabalho se um homem não quiser.

Nesta altura do ano vai sendo tempo de começar a limpar os pés-de-burro, os rebentos que surgem no tronco e na base das oliveiras.

Para além de ficarem mais bonitas, a limpeza permite ter material que depois de triturado vai para compostagem e a terra da horta vai beneficiar.

Felizmente, por estes dias em que, lamentavelmente, não temos a companhia do Mestre Zé, contamos com mão-de-obra acrescida, os netos, o Simão e o Tomás, estão por cá. É certo que não aguentam muito tempo, mas enquanto “duram” trabalham com empenho. Espero que não constitua um caso de utilização indevida de mão-de-obra infantil.

Assim, esta manhã e até o calor começar a ficar áspero, equipados com sacho, enxada, tesoura e tractor para carregar, andámos os três na lida dos pés-de-burro. E rendeu, tenho um moitão para triturar no fim da tarde. Depois, bom depois, foram para uns mergulhos no tanque da rega que sendo alimentado pela nascente que felizmente ainda corre tem a água está sempre fria. 

Talvez não sejam aprendizagens essenciais, não constam do currículo escolar, mas eles divertem-se a sério. E eu com eles.

Agora que calor aconselha a ficar debaixo de telha, por estranho que possa parecer, divertem-se a brincar às escolas, o Simão, 4º ano, está a “dar aulas” ao Tomás que vai começar o 1º ano e pede para ler “coisas”.

E são, também assim, os dias mágicos do Alentejo. São essenciais para nós.



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