quinta-feira, 25 de agosto de 2022

AO PERTO E AO LONGE

 Em Julho fui convocado para cumprir o protocolo anual da consulta da medicina do trabalho, uma boa invenção, apesar de estranhar fazê-lo na condição de aposentado ainda que com alguma actividade profissional.

Entre as observações e exames por que passei realizei um rastreio visual. Lá me esforço por disfarçar limitações e fui brindado com um forte elogio à minha visão ao longe. Acho mesmo que, passe a imodéstia, impressionei a técnica, "100% por cento de visão com os dois olhos, é muito bom na sua idade", disse. É claro que fiz de conta que não ouvi a simpática referência à idade que já me deveria ter condenado a ver mal ao longe, tal como vejo mal ao perto.

Fiquei a pensar e gostava de poder trocar. Gostava de ver bem ao perto, o que está perto cada vez me parece “mais mal”, não gosto mesmo de muito do que vejo por perto. Nem com a mudança de lentes o que anda por perto me parece bem.

Por outro lado, não me adianta muito ver bem o que está longe, está longe, ainda não está próximo. Quando estiver próximo certamente passarei a ver mal.

Não sei como poderei resolver este problema.

Bom, tenho sempre a possibilidade de fechar os olhos ou fingir que não vejo. É uma questão de experimentar. Para muita gente funciona.

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