quinta-feira, 14 de julho de 2022

DUAS FÉRIAS

 O texto de Rute Agulhas no DN, “As férias em caso de divórcio”, aborda uma situação que, com alguma frequência, é motivo de mal-estar para crianças, adolescentes e adultos e para a qual importa estarmos atentos.

A propósito uma história de férias, aliás, de duas férias.

No último dia de aulas, a Ana foi à biblioteca da escola entregar um livro. Quando estava para sair, o Professor Velho, o que está na biblioteca e fala com os livros, disse-lhe adeus e desejou-lhe boas férias. A Ana riu-se.

Vão ser boas Velho, vou ter duas férias.

Duas férias Ana? Como é isso?

Primeiro vou de férias com a minha mãe, com o amigo dela, o João, e com o Manel que é filho do João. Depois, vou de férias com o meu pai, a amiga dele, a Sara, e com o Tito que é o filho da Sara.

Estás contente?

Claro. Eles são todos fixes e a gente farta-se de brincar. Brinco mais do que brincava quando vivia com o pai e a mãe. Eles estavam sempre um bocado chateados e a gente não brincava muito. Já viste Velho! Tinha uma família chata e agora tenho duas famílias mesmo fixes.

Sorte a tua, Ana, boas férias.

O Professor Velho tem razão, as crianças são bem capazes de lidar com duas famílias se os adultos ajudarem. Tantas vezes afirmo que é preferível uma boa separação a uma má família com pais casados por fora e descasados por dentro. Esta situação não passa despercebida às crianças e não têm como lidar com ela.

Boas férias.

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