Numa altura em que decorre o período de candidatura ao ensino superior e os primeiros dados sugerem um aumento do número de candidatos surge uma outra boa notícia. E tão necessárias elas são.
O Ministério da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior divulgou a atribuição automática de bolsa de estudo aos alunos que beneficiem de abono de família até ao terceiro escalão e que se candidatem através do concurso nacional ao ensino
superior público. Foi também divulgada a atribuição de um novo complemento de
250 € às bolsas de estudo para apoio a estudantes deslocados, a estudar fora da
sua área de residência.
Não sei qual o impacto real e o alcance destas
medidas, mas parece-me claro que são necessárias. Como tantas vezes aqui tenho
escrito, a qualificação é um bem de primeira necessidade no nosso país. Contra
o que muitas vezes se ouve, não somos um país de doutores. Não temos qualificação
a mais, temos desenvolvimento a menos.
A questão é que também temos um ensino
superior caro, com custos elevados para as famílias. O desafio que agora se
coloca, sobretudo em tempos tão exigentes e no meio de um período de aumento do
custo de vida, é evitar o abandono dos jovens que agora começam a carreira no
superior, assim como dos que já o frequentam. Há pouco tempo foi divulgado o
aumento deste abandono em 20/21.
Como repetidos estudos nacionais
e comparativos internacionalmente evidenciam, Portugal é um dos países da Europa em que as
famílias realizam maior esforço para que os filhos frequentem o ensino superior.
A qualificação é a melhor forma
de promover desenvolvimento pessoal e das comunidades bem como de sustentar uma
cidadania de qualidade, o que, inevitavelmente, exige torná-la acessível para a
generalidade das famílias.
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