Com o início do período de férias surge inevitavelmente a necessidade preencher o tempo dos mais novos que boa parte das famílias não consegue assegurar. De há uns anos para cá tem-se multiplicado a oferta envolvendo a iniciativa pública, autarquias, por exemplo e privada e desenvolvida em múltiplos contextos, espaços e com uma gama de actividades muito diversificada.
No entanto, apesar de boas
experiências promovidas por associações ou escolas e com a colaboração de
algumas autarquias, a oferta divulgada para actividades de férias que recebam
crianças, adolescentes ou jovens com necessidades especiais é ainda limitada.
Sublinho que estou a falar
de actividades de férias de todos e com todos, não de actividades de férias apenas
para os meninos “especiais” como se vê, por exemplo, numa praia, um “cantinho”
para os especiais e para os “cuidadores” ou “técnicos”. Um critério central em
matéria de inclusão é, justamente, a participação nas actividades comuns das
comunidades.
A menor oferta verificada não
decorrerá fundamentalmente de eventuais custos acrescidos, mas de uma cultura e
visão que importa alterar e motiva o baixo envolvimento destas crianças e
jovens neste tipo de actividades e que as estruturas receptivas à sua presença
sejam insuficientes.
Este cenário é, não podia deixar
de ser, coerente com as dificuldades enormes que crianças e jovens com
necessidades especiais e as suas famílias sentem para que o seu quotidiano, a
sua vida, a diferentes níveis, seja tão próxima quanto possível das outras
crianças e adolescentes com as mesmas idades, ou seja, que possam aceder e
participar, da forma que conseguem, nas actividades que se julgam importantes
para crianças e adolescentes.
Também nas férias e nas
actividades próprias das férias há muita estrada para fazer em direcção à
participação de todas as crianças.
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