Quem melhor me conhece sabe da minha ligação ao universo da psicologia, em particular à psicologia da educação. Comecei esta viagem em 1973 com a enorme dificuldade de explicar aos meus pais como é que a primeira pessoa que entrou no superior na família próxima logo escolheu psicologia, algo que, confesso, não foi fácil mostrar-lhes com clareza o que era e que futuro teria ou queria ter.
Formalmente, já terminei a carreira profissional, mantenho
uma actividade mais reduzida, mas a paixão e o interesse pela educação escolar
e familiar mantém-se. Acho mesmo que na verdade nunca me reformarei, a viagem continuará sempre.
Entretanto, a presença da psicologia e dos psicólogos
alargou-se, felizmente, de forma exponencial em múltiplos campos e é também já
frequente a sua presença na comunicação social.
Entendendo a pertinência dos conhecimentos e intervenção da psicologia vou
estando atento aos contributos que surgem designadamente na comunicação social.
E agora o desabafo. Em algumas circunstâncias, ouvindo ou
lendo algumas afirmações, tenho medo de que se me perguntassem se sou psicólogo,
provavelmente, apetecer-me-ia responder que sou agricultor.
Gosto muito da agricultura, o trabalho no Monte não pára, mas é claro que gosto ainda mais da psicologia sobretudo, naturalmente, da área em que sempre me movi, a psicologia da educação. Por isso me inquieta a forma como por vezes
é maltratada por aqueles que melhor a deviam tratar, nós próprios, em nome da
ciência, em nome da ética e da deontologia e em nome das pessoas e instituições
com quem trabalhamos. Eu sei que também corro o risco de suscitar uma apreciação negativa
em alguma intervenção de natureza profissional, haverá sempre o risco do desacordo.
A verdade é que é com alguma decepção e preocupação que oiço
alguns discursos e conheço alguns comportamentos ou atitudes.
Não servem a ninguém.
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