Na quinta-feira, à saída lá de casa, o meu neto Pequeno, o Tomás, cinco anos de sabedoria e descoberta, quando lhe perguntei algo sobre os presentes que esperava ter afirmou da forma convicta que nele é habitual.
O Pai Natal não existe.
Pensei para comigo, acabou-se a magia, mas procurei certificar-me.
Então achas que o Pai Natal não
existe?
Não, é um homem que anda numa
camioneta com uma escada a entregar as prendas nas casas.
Ficámos por aqui, a magia ainda
existe. E eu sei que a magia do Natal ainda existe. Ontem o Mestre Zé Marrafa
apareceu por cá no Monte para umas lérias. Decidimos não trabalhar na véspera de Natal até porque a terra está muito carregada, felizmente, depois da chuva bem
chuvida dos últimos dias.
Quando chegou e depois dos
cumprimentos foi à motorizada buscar um presente, aliás, dois presentes. Duas
miniaturas em madeira feitas por ele, um chambril, dispositivo que se usa na época
da matança para pendurar o porco para desmanchar e uma bota de ceifeira alentejana.
Tens razão Tomás, o Pai Natal
pode não existir, mas a magia do Natal sim, existe, aqui na forma de um velho
alentejano que faz duas peças em madeira para oferecer a dois quase alentejanos.
Sem comentários:
Enviar um comentário