É reconhecido que em situações de maior dificuldade global os grupos mais vulneráveis são, naturalmente, mais fortemente afectados por essas dificuldades.
Os dois últimos anos têm evidenciado o quanto assim é. Vejamos três recentes referências na imprensa três referências que merecem toda a atenção.
No Público e com base em dados do INE relativos a 2020, lê-se
que subiu significativamente o número de portugueses em situação de pobreza
(rendimento até 554€), 1,9 milhões, mais 2.2% que no ano anterior. Nos grupos
sociais mais atingidos integram-se as mulheres, pessoas desempregadas, famílias
monoparentais registando-se também a subida dos indicadores de pobreza
infantil.
No I encontra-se uma peça, “A pandemia no ensino especial.
"Um pai sente-se muitas vezes impotente"”, que evidencia dificuldades
de natureza diversa que famílias e profissionais sentiram, sentem, para
garantir os apoios adequados a alunos com necessidades especiais. Tal situação,
que muitas vezes aqui abordei, é reconhecida apesar do esforço significativo
que muitas e, professores e técnicos e continua a ser uma forte preocupação.
Finalmente, no último número da Visão, encontrava-se um
extenso trabalho que, aliás, é tema de capa com o título, “Ansiedade,
depressão, fobias: a epidemia escondida na saúde mental”. De uma forma geral
aumentaram as situações de mal-estar, mas, também neste âmbito, é particularmente
preocupante a situação dos mais novos. Apesar de algumas iniciativas e do anúncio
de outras ainda muito está por realizar.
Dado que vamos entrar em campanha eleitoral seria desejável
que, com alguma clareza e sem a habitual retórica conhecêssemos o que pensam as
candidaturas sobre as políticas públicas com impacto nestas matérias, pobreza e exclusão, qualidade, equidade e inclusão educativa e saúde mental.
Também estará em fase de operacionalização o Plano de Recuperação
e Resiliência que, do meu ponto de vista, deve considerar
seriamente medidas que promovam a diminuição das condições de vulnerabilidade ainda excessivamente presentes nas nossas comunidades.
Deixem lá ver, como dizemos no Alentejo, mas é só um
lembrete.
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