terça-feira, 21 de dezembro de 2021

É SÓ UM LEMBRETE

 É reconhecido que em situações de maior dificuldade global os grupos mais vulneráveis são, naturalmente, mais fortemente afectados por essas dificuldades.

Os dois últimos anos têm evidenciado o quanto assim é. Vejamos três recentes referências na imprensa três referências que merecem toda a atenção.

No Público e com base em dados do INE relativos a 2020, lê-se que subiu significativamente o número de portugueses em situação de pobreza (rendimento até 554€), 1,9 milhões, mais 2.2% que no ano anterior. Nos grupos sociais mais atingidos integram-se as mulheres, pessoas desempregadas, famílias monoparentais registando-se também a subida dos indicadores de pobreza infantil.

No I encontra-se uma peça, “A pandemia no ensino especial. "Um pai sente-se muitas vezes impotente"”, que evidencia dificuldades de natureza diversa que famílias e profissionais sentiram, sentem, para garantir os apoios adequados a alunos com necessidades especiais. Tal situação, que muitas vezes aqui abordei, é reconhecida apesar do esforço significativo que muitas e, professores e técnicos e continua a ser uma forte preocupação.

Finalmente, no último número da Visão, encontrava-se um extenso trabalho que, aliás, é tema de capa com o título, “Ansiedade, depressão, fobias: a epidemia escondida na saúde mental”. De uma forma geral aumentaram as situações de mal-estar, mas, também neste âmbito, é particularmente preocupante a situação dos mais novos. Apesar de algumas iniciativas e do anúncio de outras ainda muito está por realizar.

Dado que vamos entrar em campanha eleitoral seria desejável que, com alguma clareza e sem a habitual retórica conhecêssemos o que pensam as candidaturas sobre as políticas públicas com impacto nestas matérias, pobreza e exclusão, qualidade, equidade e inclusão educativa e saúde mental.

Também estará em fase de operacionalização o Plano de Recuperação e Resiliência que, do meu ponto de vista, deve considerar seriamente medidas que promovam a diminuição das condições de vulnerabilidade ainda excessivamente presentes nas nossas comunidades.

Deixem lá ver, como dizemos no Alentejo, mas é só um lembrete.

Sem comentários: