Em Maio de 2019 ao comentar a investigação ao grupo de colégios GPS no âmbito da qual foi notícia que a PJ terá encontrado perto de um milhão de euros em ouro e notas bem arrumadinhos na banheira de hidromassagem da casa do presidente do grupo de colégios privados GPS, escrevi no Atenta Inquietude:
(…) Poder-se-á tratar de um
caso de lavagem de dinheiro com massagem incluída, mas será sempre um caso de
polícia que se espera resolvido com celeridade e transparência.
No entanto, a questão central
é a natureza das políticas públicas.
Parece ser claro que que ao
longo de décadas os dispositivos de apoios estatal a estruturas privadas tem
assentado em modelos de regulação ineficazes que,
evidentemente, sai cara aos contribuintes, mas, por outro lado, alimenta uma
política amigável para os interesses privados. Boa parte da a história das PPP é
elucidativa. E lamentável, acrescente-se.
Por estas e muitas outras
razões é de uma enorme desfaçatez mascarar os negócios da educação, legais ou
ilegais, com referências à liberdade de educação.
Parece-me tudo bastante mais
claro se falarmos em liberdade de mercado, mas prescindindo do dinheiro público
para o financiamento de negócios privados a não ser, obviamente, quando é
prestado efectivamente serviço público de educação.
No fim, ainda restará a delinquência como parece ser o caso em investigação. A ver vamos como acaba. Confesso que acho que sairá mais um rato da montanha.
(…)
Como dizíamos quando éramos
miúdos … bruxo! Começam a surgir os ratos e o julgamento ainda nem acabou.
Importa acrescentar que sendo a existência de um subsistema de ensino privado próprio de sociedades abertas é também importante como forma de pressão reguladora sobre a qualidade da resposta pública. Por outro lado, também me parece de recordar que nem o ensino privado é garantia de qualidade nem o ensino público é o inferno. A excelência não é um exclusivo da escola pública nem do ensino privado e todo o sistema deve ser regulado.
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