sábado, 11 de setembro de 2021

DOS TEMPOS

 É incontornável. Há 20 anos aconteceu o que poucos pensávamos ser possível, o ataque às torres do World Trade Center e ao Pentágono.

Talvez seja das poucas ocasiões em que podemos afirmar com justeza que o 11 de Setembro de 2001 foi o primeiro dia das nossas vidas, nada ficou como dantes.

Daí para cá foram-se multiplicando episódios em diversas latitudes fazendo com que nos faltem as palavras para falar do horror e da barbaridade que vão acontecendo e cada vez mais perto de nós. Sei também da inutilidade deste texto, ainda assim aqui fica.

A mediocridade das lideranças actuais da generalidade dos países e entidades que põem e dispõem no xadrez do poder mundial e de tantos outros subservientes e submissos que, em muitos casos, de pessoas não sabe nem quer saber, permite, sem um sobressalto e com palavras que de inócuas são um insulto, que se assista à barbaridade obscena que as imagens, os relatos mostram e o muito que se imagina, mas não se vê.

Por falar em lideranças vale a pena registar que esta efeméride coincide com partida de Jorge Sampaio, um líder que nos obriga a considerar que, não, não todos iguais, existem Homens como Jorge Sampaio, mas menos do que precisávamos.

Crescem muros, morre gente inocente, milhões de vidas destruídas, a barbaridade estende-se, o horror é imenso e, por vezes, nem a retórica da condenação é convincente e muitos menos é eficaz, evidentemente.

A questão é séria, os ventos sempre semeiam tempestades e as tempestades num mundo global já não ficam confinadas nos epicentros.

Não existe terror mau e terror bom. Não existe horror mau e horror bom. Não existe terrorismo bom e terrorismo mau, não existe democracia sem direitos humanos.

Como é possível que tanta coisa aconteça e tanta gente com responsabilidades assobie para o ar e se fique pelas palavras de circunstância?

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