Era uma vez uma Mãe de um Rapaz. Era o seu primeiro filho e toda a vida sonhara ser mãe. Não havia no mundo mãe que gostasse mais de um filho que esta Mãe. Não havia no mundo mãe mais preocupada que esta Mãe. Não havia no mundo mãe mais atenta que esta Mãe. Não havia no mundo mãe mais presente que esta Mãe. Não havia no mundo mãe mais disponível que esta Mãe. Não havia no mundo mãe mais próxima do filho que esta Mãe.
Só que o Rapaz parecia
desconfortável e às vezes, cada vez mais vezes, reagia mal a tanta mãe. A Mãe
começou a ficar perplexa e perdida, e com o tempo, ainda mais perplexa e
perdida. Um dia encontrou no parque aquele Velho que sabia ler as pessoas que,
quando a ouviu, pensou alto.
"Por mais que a gente
goste dos filhos, eles não podem ser usados e guardados só no coração. Também
têm de ser usados e guardados na cabeça e nos olhos e também é preciso olhá-los
um pouco mais afastados. Demasiado perto os olhos não conseguem ver bem e, por
isso, a cabeça não entende”.
Naquela noite ao jantar, a Mãe,
ao ver o Rapaz do outro lado da mesa, reparou como ele estava crescido e tinha
uns olhos bonitos. Como os dela, que já viam.
Sem comentários:
Enviar um comentário