Parece-me claro que o universo da educação em Portugal é hoje marcado pelo início da vacinação da comunidade profissional, docentes e pessoal não docente, afecto à educação pré-escolar e ao 1º ciclo.
Ao que a imprensa refere, apesar de algumas vicissitudes nas
marcações e convocatórias, o processo está decorrer sem grandes sobressaltos e
com uma adesão significativa dos destinatários.
Nos últimos dias proliferaram dúvidas e receios envolvidos
em discursos algumas vezes mais emocionais que racionais. A comunicação de
alguns responsáveis nacionais e internacionais e o estranho processo de suspensão
da vacina destinada a este grupo também não ajudou à serenidade.
Não sendo especialista, dificilmente o seria no meio de
tantos milhares, sei que as vacinas, todos os medicamentos, contêm algum tipo
de risco que basicamente estará identificado e sei também que estão envolvidos interesses
económicos muito significativos.
No entanto, parece-me também claro que a vacinação
representa um ganho civilizacional que poupa a morte ou sequelas significativas a muitos milhares de
crianças e adultos pelo mundo inteiro, recordo por exemplo, como o sarampo ou a
varíola eram devastadores antes das vacinas. Aliás, quando reparamos nas taxas
de mortalidade de algumas doenças verificada em países que não conseguem
assegurar campanhas de vacinação generalizadas percebemos isso com clareza.
Assim sendo, é sempre com alguma preocupação que em nome de
valores, certamente legítimos, mas que necessitam de ponderação, se possa
decidir por comportamentos que manifestamente são causadores de riscos para sai
e para a comunidade. Recordo os efeitos dramáticos da decisão de muitos pais
que com base num argumentário falsificado decidiram impedir os seus filhos de
tomar a vacina contra o sarampo.
Neste contexto, creio que com o avanço do processo de
vacinação aos diferentes grupos nos iremos todos sentindo mais seguros e mais
protegidos.
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