sexta-feira, 12 de março de 2021

SERIA DESEJÁVEL ALGUMA SERENIDADE

 Sem surpresa, a dúvida seria se o 1º ciclo estaria incluído, os miúdos vão voltar às instituições educativas no próximo dia 15, creches, educação e pré-escolar e também o 1º ciclo.

O nível de ruído sobre esta questão, apesar da agora já se saber da data do regresso, mantém-se, do meu pondo de vista, demasiado elevado.

De há um ano para cá tornou-se muito difícil acompanhar o discurso esclarecido e tranquilizador de pelo menos seis milhões de especialistas em saúde pública, sobre a situação que atravessamos, designadamente, sobre o regresso às actividades numa circunstância ainda completamente atípica

Compreendo todas dúvidas e todos os receios, também os sinto, também os conheço e não adianta repeti-los aqui. Não tenho a menor sombra de dúvida sobre a necessidade de acautelar riscos, promover de forma oportuna dispositivos e procedimentos que que minimizem de forma significativa os riscos de saúde pública para toda a comunidade sabendo, no entanto, que não existe risco zero.

Mas também compreendo que voltando os miúdos às escolas, creches e jardins de infância  e sendo lá que a sua vida acontece durante boa parte dos seus dias, seria desejável que o não façam mergulhados num clima de medo e receio, geradora de mais medo, de receios e ansiedade.

Os alunos, sobretudo os mais novos e vulneráveis, ainda não possuem ferramentas emocionais e cognitivas que lhes permitam lidar com alguma tranquilidade com esses medos e ansiedade transmitidos por discursos a que permanentemente estão sujeitos. É desejável que o ambiente que percebem à sua volta, de todos com quem lidam de forma mais próxima, os discursos pudessem ser sentidos e funcionassem como um factor de protecção e não de risco.

É verdade que devemos ser realistas, cautelosos, exigentes, é óbvio. No entanto, tal não obsta a que esqueçamos como os mais novos nos ouvem.

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