sexta-feira, 26 de março de 2021

DA SURPRESA

 A imprensa de hoje divulga as preocupações expressas por Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas e Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares sobre os efeitos deste novo confinamento nos alunos (terminado para a educação pré-escolar e 1.º ciclo).

Apesar da melhoria ao nível dos equipamentos e acessibilidade à rede são preocupantes as situações de desmotivação, de abandono relativamente à participação nas aulas, de cansaço relativamente ao recurso permanente aos recursos digitais.

Lamentavelmente esta avaliação não surpreende como não surpreende a constatação expressa pelo professor Manuel Pereira, "Nada substitui a presença dos alunos na sala de aula e o convívio na escola".

Apesar da aprendizagem com o primeiro confinamento, da melhoria de recursos e acessibilidade, da formação promovida, etc., era previsível concluir que “estava tudo preparado” para um novo confinamento, sobretudos os alunos, em particular, os mais vulneráveis. Não, não estavam.

As circunstâncias em que neste contexto gostava mesmo de ser surpreendido é que no regresso às aulas de todos os alunos estivessem acautelados recursos humanos, docentes e técnicos, e metodologias adequadas que, primeiro, permitissem avaliar de forma diferenciada as dificuldades dos alunos resultantes do processo de confinamento e, segundo, permitissem desenvolver uma intervenção que minimizasse essas dificuldades procurando, assim, relançar trajectos educativos tão bem-sucedidos quanto possível.

Sabem qual é a minha inquietação? É que acho que não vou ficar surpreendido.

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