O Público de hoje divulga uma entrevista de Bárbara Wong ao conhecido especialista em educação Ken Robinson, autor do importante Robinson Report produzido no âmbito das mudanças no sistema educativo britânico e que viu agora uma sua obra editada em Portugal com o título "O elemento". Tanto a entrevista como o livro serão de leitura obrigatória para quem se interessa pelo universo da educação.
Ken Robinson defende como ideias centrais a criatividade e o acolhimento da diversidade entendidos como motores da qualidade na educação que permitem que cada um, neste caso os alunos, encontre o seu "Elemento", isto é, "o lugar onde as coisas que adoramos fazer e as coisas em que somos bons se reúnem".
Robinson desmonta também de forma notável as teses tão em voga no nosso país, sobretudo entre a opinião publicada, parte dela ignorante mas com tempo de antena, de que exames, mais exames, excelência, mais excelência, rankings, mais rankings, resultados, mais resultados, numa espiral de selecção que costumo designar por neo-darwinismo social promovendo uma ideia de educação escolar entendida como o processo de selecção destinado à identificação e produção exclusiva de elites.
Recomendando vivamente a leitura da entrevista e da obra, apenas uma citação, "Aceitamos a diversidade nos restaurantes, na arquitectura, na música. Em todo o lado procuramos a diversidade, porque não na escola? Queremos que estas sejam todas iguais, mas não são máquinas, são organismos vivos.
Se tratamos os alunos como se não fossem indivíduos, com talentos reconhecidos, eles não podem interessar-se pela escola. O sistema educativo mata a criatividade das crianças. Os políticos (eu diria, e não só) não compreendem e acham que a solução é normalizar tudo".
Sem comentários:
Enviar um comentário