É difícil para alguém, que queira conversar sobre o que está à sua volta, fugir ao clima de dificuldades que está instalado. Poderia falar, como fez a RTP1, sobre o novo Barca Velha que hoje será apresentado, feito com a colheita de 2000 e que era ansiosamente aguardado. Não nos informou sobre o preço a que será comercializado, mas talvez não ande longe dos 200 € a garrafa (preço simpático). Também poderia dizer que a notícia sobre o Barca Velha, foi dada a seguir a uma peça sobre um cidadão espanhol que desempregado e coberto de dívidas, organizou um sorteio com rifas cujo prémio é a sua casa e que, com alguma sorte, talvez ganhe para um Barca Velha. Poderia não falar do aumento dos combustíveis, a propósito, sabem que esta noite aumentaram de novo? Poderia não falar do aumento significativo, referido pelo Público, do recurso às casas de penhores, cuja actividade concorre com a frenética actividade de penhora da Direcção Geral de Contribuições e Impostos. Poderia não falar da paragem dos pescadores e as previsíveis consequências em toda a fileira até ao consumidor. Poderia não falar do abaixamento do indicador de clima económico e do nível de confiança dos consumidores. E não vou mesmo falar sobre nenhuma destas irrelevâncias. Hoje vou falar do tempo.
Como já terão reparado até o tempo anda em crise. Há quanto tempo não tínhamos um Maio com tão pouco sol? Quando habitualmente já apanhamos uns dias quentinhos para as almas, ainda andamos cheios de nuvens, afinal como a nossa vida. Afinal, falar sobre o tempo não foi uma boa escolha.
Como já terão reparado até o tempo anda em crise. Há quanto tempo não tínhamos um Maio com tão pouco sol? Quando habitualmente já apanhamos uns dias quentinhos para as almas, ainda andamos cheios de nuvens, afinal como a nossa vida. Afinal, falar sobre o tempo não foi uma boa escolha.
1 comentário:
Não fala da crise mas falo eu!...
Mas de um modo diferente!
ANTÓNIO ALEIXO, o poeta do povo e que morreu tuberculoso, viveu entre 1899 e 1949.
Se fosse vivo nesta altura, possívelmente estaria de acordo com o que me ocorre dizer a seguir:
POBRE É A MINHA MÃE, A MINHA MULHER, A MINHA CASA, A MINHA COMPANHIA, O MEU ALIMENTO, O MEU DESTINO E A MINHA VIDA.
Isto encaixa perfeitamente em muitas famílias portuguesas.
Saudações
Enviar um comentário