segunda-feira, 5 de maio de 2008

SÓS. COM ELA

(Foto de Luís Zilhão)
Antes conversávamos. Antes também jogávamos, às vezes. Então ela apareceu. Primeiro de fugida, depois, um bocadinho todos os dias. Era linda, com mundos lá dentro. Mundos bonitos e mundos feios. Mundos a preto e branco. Fomos ficando de olhos presos. Até que ela ficou com a gente o dia todo, todos os dias. E com mais mundos ainda. Mundos a cores. E com mundos ainda mais bonitos e mundos ainda mais feios. Prendeu a gente.
Agora já não conversamos, nem jogamos. Estamos sós. Com ela.

1 comentário:

Elfrida Matela disse...

A televisão é isso mesmo. Traz-nos o mundo lá de fora, mundos que nos são desconhecidos, mas ao mm tempo faz-nos abstrair do nosso mundo. Ela aproxima-nos dos outros lá longe, mas afasta-nos dos que nos estão próximos. É viciante. Esquecemo-nos de comunicar com os nossos, por causa deste meio de comunicação que nos prende e nos seduz e nos faz viver as vidas e os dramas dos outros... E enquanto isso acontece, vamos esquecendo os nossos próprios dramas.
Ou será que não é sobre a televisão que estamos falando? :)