O estilo “sniper” do Bastonário dos Advogados, Dr. Marinho Pinto, atirando a tudo que mexe, tem consequências, às vezes acerta onde não deve e faz estragos. Desta vez, esta espécie de justiceiro implacável, resolveu afirmar que a violência doméstica deveria deixar de ser considerada crime público para que as vítimas, designadamente mulheres, pudessem retirar a queixa e desistir do processo. Teremos que o desculpar pois, como muitas figuras públicas, tem uma ideia completamente desfocada da realidade.
O Senhor Bastonário desconhecerá certamente a fortíssima e frequente dependência económica que em muitos lares existe por parte das mulheres face aos respectivos companheiros. Acredita o Bastonário que muitas destas mulheres resistirão à pressão da dependência e numa atitude de autodeterminação mantêm as queixas? Já não tem idade para ser ingénuo. Saberá também o Bastonário em quantas circunstâncias a presença de filhos inibe as queixas com receio, por parte das mulheres, de futuras consequências? Saberá o Bastonário da quantidade de mulheres que por medo, sim medo, de eventuais represálias, retirariam as queixas? Saberá o Bastonário quantas mulheres, desconfiadas da eficácia e oportunidade da justiça e da capacidade de protecção que o sistema oferece, desistiriam de processos ou queixas?
Acontece a todos, mas desta vez o Bastonário espalhou-se. Não é grave, apenas tem que continuar a treinar e pensar um bocadinho mais devagar. Sobre a realidade.
O Senhor Bastonário desconhecerá certamente a fortíssima e frequente dependência económica que em muitos lares existe por parte das mulheres face aos respectivos companheiros. Acredita o Bastonário que muitas destas mulheres resistirão à pressão da dependência e numa atitude de autodeterminação mantêm as queixas? Já não tem idade para ser ingénuo. Saberá também o Bastonário em quantas circunstâncias a presença de filhos inibe as queixas com receio, por parte das mulheres, de futuras consequências? Saberá o Bastonário da quantidade de mulheres que por medo, sim medo, de eventuais represálias, retirariam as queixas? Saberá o Bastonário quantas mulheres, desconfiadas da eficácia e oportunidade da justiça e da capacidade de protecção que o sistema oferece, desistiriam de processos ou queixas?
Acontece a todos, mas desta vez o Bastonário espalhou-se. Não é grave, apenas tem que continuar a treinar e pensar um bocadinho mais devagar. Sobre a realidade.
2 comentários:
Muita gente desconhece a realidade da violência doméstica num país onde, infelizmente, o macho latino não é uma espécie em vias de extinção. E o problema é que não se trata de uma realidade apenas das classes mais desfavorecidas, mas encontra-se por todo o lado, no bairro da lata ou num palacete da 5 de Outubro, numa aldeia por trás do sol posto ou na grande capital. Existe violência doméstica sim, qtas vezes encoberta, qtas vezes envergonhada, qtas vezes silenciada. Porque infelizmente ainda há muitas mulheres, Dr. Marinho Pinto, que mm depois de sovadas, de marcadas, de brutalizadas com quem partilham diariamente a sua cama, ainda há mulheres que se sentem culpadas por toda aquela brutalidade de que foram vítimas, pq "ele até é um bom homem, sabe?...".
A violência doméstica deve deixar de ser considerada crime público a bem de quem, Dr. Marinho Pinto?
Ingenuídade? NÃO ACREDITO!!!
Realidade desfocada? TAMBÉM NÃO!!!
O dr. Tallon certamente também defenderia a extinção da mesma lei!
Saudações
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