Em dia de eleições europeias, uma história estranha.
Era uma vez um Homem que tinha um
segredo, dizia ele. Todas as pessoas naquela terra, como em quase todas as
terras, falavam muito frequentemente de coisas que gostavam de ter, ver, fazer, ver acontecer,
etc., mas que não conseguiam. Algumas coisas porque não tinham possibilidades,
outras porque não dependia delas, outras ainda por diversas razões que
impossibilitavam chegar a elas.
Curiosamente, o Homem sempre que
ouvia alguém a falar de algo desejado e não conseguido, dizia tranquilamente
que para ele não existia problema, tinha aquilo sem grandes dificuldades. Se
desconfiadamente lhe perguntavam como, respondia que tinha um segredo que,
naturalmente, não revelava, segredo é segredo. Às vezes, as pessoas falavam em
coisas até estranhas para ver o que o Homem diria, mas com a serenidade de
sempre e um sorriso satisfeito, ele continuava a afirmar que para si aquilo não
era um problema, também conseguia.
Acontece que o Homem vivia só e
parecia ter uma vida tão cinzenta como o seu emprego o que levava as pessoas a
ficarem cada vez mais convencidas de que o segredo do Homem seria a falta de
juízo pois é impossível que alguém com boa cabeça diga que tem tudo e mais
alguma coisa.
Como as pessoas que não têm juízo
não podem ser levadas a sério, as pessoas começaram a rir-se do Homem e a
meter-se com ele gozando com o seu segredo, a falta de juízo.
Ninguém sabia, os segredos não
são para se saberem, que todas noites, quando se deitava o Homem escolhia o
sonho que queria ter, sonhava-o tranquilamente, era esse o seu segredo. Nos
sonhos conseguimos sempre ter o que queremos.
Por isso se chamam sonhos. E é
bom sonhar.
Pelo sonho é que vamos.
Também em dia de eleições importa
perceber que Europa que queremos, que alimente sonhos ou pesadelos.
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