Desculpar-me-ão, mas cá estou de novo a recordar a perplexidade e o gozo da última grande descoberta nesta minha viagem que já vai longa, a avozice. É sempre assim a cada 5 de Abril ou 4 de Julho e sempre assim será.
Cumprem-se hoje sete anos desde
que entrei pela segunda vez no mundo encantado, no mundo mágico da avozice,
nasceu o Tomás. O tempo voa e o tempo dos velhos parece que voa mais depressa.
Esta mudança de geração tem sido
uma bênção em cada dia que passa e contribui decisivamente para cumprir a
narrativa de um Homem de sorte, eu.
Felizmente, as circunstâncias têm
mantido os netos por perto. Às vezes, quando brincam ou quando dormem, fico
assim a olhar para eles, para os meus netos, o grande neto Grande, o Simão, que
nasceu há nove anos e o grande neto Pequeno, o Tomás, agora com sete e fico a
imaginar que viagens irão fazer. Nessas alturas sinto-me assim … desculpem o atrevimento... um anjo da guarda.
Na verdade, que mais deve ser um
pai ou um avô que não um anjo da guarda.
Às vezes, não sabemos, não
percebemos, não queremos ou não podemos.
Mas é bonito, muito bonito.
A magia da avozice recorda-me
sempre, já aqui o contei, a fala de um Velho de Cabo Verde, amigo do meu amigo
Amílcar, que dizia a propósito do quanto gozava a sua condição de avô, "Se
soubesse que ter netos era assim, tinha tido os netos antes dos filhos".
Acho curiosíssima a ideia e
elucidativa deste mundo mágico, ser avô.
No entanto, a ordem das coisas é
a ordem das coisas, cresce um filho até ser Gente, vão crescer os netos até serem
Gente.
E eu espero estar por perto mais algum tempo.
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