Era uma vez um rapaz chamado Sinalizado. Filho de uma mãe muito nova e pouco preparada para ser mãe, nasceu antes de tempo e ficou Sinalizado, nome curioso. E assim continuou.
Em pequeno, devido às condições muito precárias e com
bastante dificuldade em que a sua família vivia, continuou Sinalizado.
À entrada na escola com a mochila que já carregava logo
perceberam que devia ser Sinalizado. E foi. Toda a gente conhecia o Sinalizado,
toda a gente sabia das circunstâncias de vida do rapaz, por isso mesmo era um
Sinalizado.
Mais crescido, os problemas em que estava frequentemente
envolvido continuavam a fazer com que o Sinalizado assim continuasse,
Sinalizado.
Já no final da adolescência o Sinalizado envolveu-se em algo
de mais grave e sucedeu uma tragédia que encurtou a sua vida.
Muita gente que conhecia o Sinalizado se interrogava e dizia
ter dificuldade em perceber como podia tal vida ser vivida por um Sinalizado.
Até foi notícia de rodapé em alguns jornais mais dados a estas coisas que
acontecem aos Sinalizados.
Mas isto, desculpem lá, foi só uma história triste e sem
jeito. Os Sinalizados raramente entram em histórias bonitas e bem contadas.
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