Vai sendo cada vez mais clara a intencionalidade do PAN, Plano de Arrastamento Negocial, desenhado pelo ME desde o início do processo de reivindicação dos professores.
No entanto, contrariamente ao que
se seria esperado pelo ME, as posições dos professores têm sido genericamente
compreendidas e apoiadas, e nem o prolongamento do Plano, vem desde Setembro, tem
feito diminuir esse entendimento conforme algumas sondagens têm sublinhado.
Com este prolongar do processo
são também cada vez mais visível o papel da imprensa amiga no sentido de
fragilizar as posições dos professores. Lamentavelmente nada de novo, na falta
da razão, desenha-se a informação e manipula-se a emoção. Eles, neste caso os
professores, vão cansar-se, vão desanimar, e o “povo” e aumentará a pressão para se aquietarem e voltar a "normalidade".
Sim, é verdade que existe um enorme cansaço e desânimo na classe docente, mas não decorre do processo de contestação desencadeado. É exactamente ao contrário, o processo de reivindicação surge, justamente, pelo cansaço e desânimo de muitos anos a sentir-se maltratada, desvalorizada socialmente e profissionalmente, sem estabilidade e perspectivas de carreira, cansada e envelhecida e com quadros de mal-estar preocupante
É daqui que vem o cansaço e
desânimo, não é da tentativa de mudar esta situação. O ME e as Finanças continuarão,
provavelmente, o Plano de Arrastamento Negocial. Ao que parece o Presidente da
República quer ouvir os professores.
É importante que o faça, as suas razões
são justas, são imprescindíveis à valorização necessária da carreira docente e
à capacidade de atrair novos actores que compensem o abandono e o
envelhecimento que se verifica.
Não sei o que vai acontecer nos
próximos tempos, mas como já escrevi, as políticas públicas são para as
pessoas, para as comunidades. A história não vos absolverá, nem que cheguem a
reitores ou reitoras.
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