Por aqui no Alentejo vive um dos primeiros dias de calor ainda manso, mas saboroso. Esperemos que não anuncie um tempo longo sem chuva.
Com o aproximar do Verão acentua-se
o recurso a algo de grande consumo que, felizmente, não existe qualquer
dificuldade em conseguir, as fontes são imensas. Refiro-me a grelhados, ao
festival da grelha que acontece permanentemente nas nossas comunidades.
Somos um país especialista na
utilização da grelha e temos muitos mestres de feitura de grelhas, desde as
mais simples que servem para grelhar pouca coisa, até às mais complexas que
conseguem grelhar o que quer que seja.
Apesar de toda a gente se queixar
do excesso de grelhados, do trabalho e do tempo que o uso das grelhas consome,
a verdade é que por várias razões não conseguimos passar sem elas. Ao fim e ao
cabo são muitos anos a assar, perdão a grelhar …
Como sempre, não haverá nada ou
que não possa caber numa grelha, as grelhas acomodam tudo, são verdadeiramente
inclusivas.
Algumas acomodam produtos
universais e têm grande divulgação, outras são um pouco mais selectivas,
grelham produtos mais particulares. Para que tudo possa ser grelhado ainda
existem grelhas mais dirigidas a produtos adicionais, são de natureza mais
específica e não cabem nas outras grelhas.
Os produtores de grelhas inovam
diariamente, de forma criativa e desenvolvem uma azáfama sem fim e depois, bom
depois é grelhar, grelhar, grelhar. Dos mais pequenos aos maiores todos têm de grelhar ou ser grelhados.
No entanto, em nome do bem-estar
seria desejável que não exagerássemos no recurso aos grelhados até porque ...
nunca se consegue grelhar tudo o que se acredita que deve ser grelhado, nem que
se entende que deve ser grelhado.
Será que conseguimos?
PS – Se estas notas sugerirem a
pressão “grelhadora” e a burocracia asfixiante a que habitualmente escolas e professores estão sujeitos não é coincidência.
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