quarta-feira, 22 de março de 2023

TELEMÓVEIS E BEM-ESTAR

 No DN encontra-se a referência a um trabalho interessante realizado por investigadores do ISCTE e do Instituto Cultura y Sociedad da Universidade de Navarra, sobre a utilização do telemóvel por jovens adultos.

Um primeiro dado relevante mostra, sem surpresa, uma maior propensão dos mais jovens para a utilização do telemóvel para fins sociais o que poderá associar-se ao desenvolvimento de comportamentos aditivos que já surgem de forma significativa e preocupante.

É também de considerar que 30,1% dos inquiridos revelam ter uma utilização problemática do telemóvel e destes,  41,9% expressam níveis de bem-estar baixos.

O trabalham revelou o utilização média diária do telemóvel durante 5 horas e 35 minutos, e a troca de mensagens é a actividade mais recorrente, 2 horas e 27 minutos.

São múltiplos os estudos que evidenciam indicadores desta natureza o que pode ser considerado mais um sinal dos tempos e sublinham a necessidade de estarmos atentos à utilização excessiva destes equipamentos e aos riscos associados.

Apesar deste aparato comunicacional e sem querer minimizar os óbvios e imensos lados positivos deste fenómeno creio, no entanto, que muitas crianças, adolescentes, jovens e adultos, mascaram o mal-estar e a solidão em que vivem e ou que sentem através, por exemplo, da troca de centenas de SMS que, em algumas circunstâncias, são mais SOS que SMS, ou seja, no fundo dirão "Sinto-me Muito Só e tu?"

Creio que precisamos de estar mais atentos para que o mundo da comunicação através de SMS, ou das redes sociais da net, não substitua o mundo da comunicação real, entre pais e filhos, por exemplo, ou entre as pessoas de uma forma geral. Os riscos, conforme o estudo citado acima, são claros.

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