Leio no Público que não existe data marcada para continuação do processo negocial entre o ME e os representantes dos professores que, entretanto, divulgam novos calendários de prováveis paralisações.
Aparentemente, o arrastar deste processo é incompreensível…
ou não.
Embora o ME não tenha um currículo sólido na realização de
contas, parece claro que o tempo já passado seria mais do que suficiente para se
perceba de forma clara o que em termos de custos será o impacto do que que é
solicitado pelos professores, incluindo as alterações advindas da reforma de
muitos milhares de professores que serão, seriam, substituídos por docentes
mais novos e com estatuto salarial também ele mais baixo.
Não é conhecida a intenção por parte dos professores de não
negociarem, é justamente o que têm afirmado continuam a afirmar.
A continuidade do processo de reivindicação tem impactos
óbvios e de diferente natureza. para as comunidades educativas, professores,
pais, técnicos e alunos.
Parece razoavelmente evidente que a situação de prolongamento
“enrolado” não serve a ninguém, mas … pode servir ao ME.
Em 1 de Fevereiro, o Presidente da República, a propósito do
processo de contestação já em curso, afirmou, “Há um momento em que a simpatia
quanto à causa pode virar-se contra eles. Como se sabe, alguns trabalhos
divulgados na imprensa referiam sondagens em que as reclamações dos docentes
mereciam apoio por franja significativa dos inquiridos
Talvez possa ser este entendimento o orientador da gestão do
processo negocial. Dito de outra maneira, com o tempo os professores poderão começar
a ser mais fortemente criticados pela sua persistência e acabarão por ceder à
pressão que a chamada “opinião pública” possa criar sobre a classe.
Teríamos assim um momento 2.0 do famigerado “Perdi os
professores, mas ganhei os pais e a população”, proferido em 2006 pela então
Ministra Maria de Lurdes Rodrigues também num contexto de contestação da classe
docente.
Não gosto da ideia de que esta seja uma forma séria e
responsável de gerir políticas públicas de educação.
Mas que as dúvidas são mais que muitas … são,
lamentavelmente para toda a comunidade.
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