Há uns dias, no âmbito de uma conversa sobre os comportamentos, sublinhava-se o comportamento que muitos condutores assumem ao volante.
Alguém referia a existência de um quadro, o "road
rage", "raiva ao volante", que evocando variadíssimas razões,
umas mais sofisticadas que outras, procura explicar o irresponsável e agressivo
comportamento ao volante de algum pessoal. Aliás, não é rara a ideia de que "o
automóvel é uma arma" que por vezes transforma pacatos cidadãos em
perigosos delinquentes.
Não tenho nada a opor a esta conceptualização, mas creio que
teremos de reflectir em alguns outros aspectos, o quadro de valores, a
auto-regulação dos comportamentos, ou seja, a formação dos indivíduos, estou a
falar de educação.
Se bem atentarmos, além da "road rage", também
conhecemos a "school rage", a "street rage", a "night
rage", a "work rage", a "home rage", etc. De facto, os
tempos, por muitas razões, são tempos de raiva. Também são tempos em que, por
causas diferentes, se instalou um sentimento de impunidade que favorece a
desregulação dos comportamentos.
Como é obvio, os comportamentos inadequados e criminosos
devem ser combatidos e punidos. No entanto, a forma mais eficaz de construção
de valores e capacidade de auto-regulação de comportamentos e emoções é a
educação, familiar e escolar. Assim sendo e como sempre digo, tenho a maior das dificuldades em
entender os destratos que tantas vezes são dados à educação, aos seus agentes e
aos miúdos.
O carro será apenas uma das armas que terão à mão, depois da
própria mão, é claro.
Sem comentários:
Enviar um comentário