Ao olharmos para os tempos que vivemos não parece matéria de particular importância ou urgência. No entanto, a verdade é que hoje o Parlamento discute uma proposta da Iniciativa Liberal no sentido de eliminar o chamado “dia de reflexão” na véspera de cada acto eleitoral.
Não tenho qualquer indicador do que poderá ser o sentido de
voto das diferentes bancadas.
Desde há vários anos que aqui tenho expressado a opinião de
que a observância deste dia de reflexão me parece algo de anacrónico, sem
sentido num tempo em que toda a informação de qualquer área continua a
circular sem qualquer tipo de paragem.
Não conheço nenhum trabalho que possa sustentar as vantagens
da existência do “dia de reflexão”. Não me parece plausível que de forma
significativa tenhamos cidadãos que no final da cas campanhas eleitorais,
aproveitem o dia de reflexão para serena e racionalmente decidirem o sentido de
voto.
Acontece que com demasiada frequência as campanhas eleitorais
têm muito pouco de esclarecimento e a generalidade das pessoas chega a essa
altura com uma posição tomada, quer no sentido do voto, quer na própria
participação das eleições.
Por outro lado, o chamado eleitorado flutuante não decide na
véspera, decide, creio, face a contextos e circunstâncias.
Acresce que os níveis de abstenção continuam a crescer preocupantemente pelo que, também por esta razão, a existência do dia de reflexão não terá grande impacto.
Como disse, não tenho qualquer indicação de qual possa ser o
sentido da decisão, admito que se elimine o dia da reflexão como admito que
continue a existir … porque sempre existiu.
Uma nota final em matéria de reflexão. Talvez seja mais
importante que no dia seguinte a cada acto eleitoral possamos reflectir sobre o
que dele vai ou pode resultar.
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