Ontem tive um dia comprido e cumprido com aulas e orientação de trabalhos de diferente natureza.
Há pouco recebi informação da minha escola relativa ao
retorno a trabalho presencial a partir de dia 19 nos moldes em que estava antes
deste confinamento.
As alterações não me envolvem, de acordo com as orientações
definidas, as Unidades Curriculares em que colaboro são das que decorrem
exclusivamente em modo não presencial.
No ano lectivo passado, quando se iniciou o segundo semestre
eu sabia que, a não ser por atraso administrativo, seria, em termos formais, o
meu último semestre de aulas.
Também já tinha decidido e acordado com as autoridades académicas
não parar completamente, as aulas fazem-me falta.
A verdade é que poucos dias depois pararam as aulas presenciais
e acho que, talvez em Junho, tenha ainda realizado uma conversa com alunos lá
onde tudo acontece, isso mesmo, na sala de aula.
Não sei o que vai ser o próximo lectivo, esperemos que do
ponto de vista de saúde pública tudo esteja melhor, mas acho que aceitarei
continuar por mais algum tempo, não posso parar e levar como memória os alunos num
ecrã.
Todas as aulas deste semestre tenho quase todos, mesmo quase
todos, a assistir. Admiro a resiliência, como agora se diz e a motivação, são
gente a construir empenhadamente a sua estrada.
É por eles, mas também pelo “bichinho” de dar aulas, que vou
vivendo este desconsolo.
Sim, eu sei que será incompetência minha não recorrer abordagens
pedagógicas mais diversificadas e ajustadas ao ensino à distância. Não consigo,
tenho algumas dificuldades de motivação e de aprendizagem.
E também me lembro do Fado da Tristeza do José Mário Branco
que diz:
(…)
Canta com aquilo que és,
Só podes dar o que é teu
(…)
No entanto, a verdade, a verdade, é que não esperava este
desconsolo.
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