Gostei de ler o texto de João Ruivo, “Por uma educação sem
distâncias”. É sublinhado o papel da escola e dos professores na promoção de
processos de educação ao longo da vida recorrendo a espaços e metodologias
diferenciadas. Sublinho a defesa de um entendimento de educação ao longo da vida
e não do mais corrente nos tempos actuais de “aprendizagem ao longo da vida”.
De facto, educação sendo também aprendizagem é bem mais do que aprendizagem e importa, como refere Biesta, resistir a uma concepção de "learnification" que parece substituir a de "education".
Na reflexão proposta por João Ruivo, todos os cidadãos estarão envolvidos neste processo de educação ao longo da vida.
Na reflexão proposta por João Ruivo, todos os cidadãos estarão envolvidos neste processo de educação ao longo da vida.
(...)
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Considerando a realidade portuguesa recordo que considerando
os dados do último Censos (2011) teríamos uma taxa de analfabetismo de 5.15%.
Sendo certo que este dado representa um salto relevante face a 25.7% em 1970
ainda mantemos uma taxa demasiado elevada. A educação e a formação de adultos é
hoje uma área crítica e de forte investimento em diversos sistemas educativos
mesmo em países taxas de alfabetização bastante acima das nossas.
Se à taxa de analfabetismo acrescentarmos o analfabetismo funcional,
pessoas que foram escolarizadas, mas que não mantêm competências em literacia
em diferentes campos, a situação é verdadeiramente prioritária, atingirá
certamente cerca de dois milhões de portugueses.
Também por estas razões continuo a pensar que talvez não
tenhamos tantos professores a mais como muitos discursos e políticas sustentam
e muitos professores com anos de experiência avaliada e tratados como
descartáveis teriam muito trabalho nesta área.
Os custos pessoais e sociais para as pessoas nesta situação,
em várias dimensões, e o impacto económico da falta de competências em
literacia justificaria um fortíssimo investimento em minimizar a situação até
ao limite possível. Como sempre, é matéria de opções políticas e visão de
sociedade.
Tantas vezes é preciso afirmar, os custos em educação não
representam despesa, são investimento e com retorno garantido.
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